O foco que você perdeu está arrastando sua carreira com ele
Enquanto você responde mais um e-mail, o que realmente importa continua sendo ignorado
Prezado leitor,
Você começa o dia com boas intenções.
Tem uma lista de tarefas. Um projeto importante. Uma conversa difícil que precisa acontecer.
Mas aí…
Um e-mail chega.
Alguém bate à sua porta.
O WhatsApp da equipe dispara.
Surge um pedido da diretoria, um arquivo pendente, uma reunião urgente.
E, quando percebe, são 18h.
Você está exausto.
Mas não consegue responder: o que você entregou hoje que realmente importava?
O seu foco foi roubado.
E junto com ele, foi-se sua clareza, sua liderança, seu progresso.
Você está sempre ocupado. Mas nunca disponível para o que interessa.
A sua rotina foi sequestrada pela conectividade.
Você trabalha com três abas abertas, cinco conversas no celular e um cérebro sempre dividido.
Você se acostumou a esse barulho.
A essa urgência.
A esse piloto automático que te convenceu de que “fazer muito” é o mesmo que “fazer certo”.
Mas aqui vai a verdade que você não quer ouvir:
Você está confundindo movimento com direção.
Você está correndo.
Mas não sabe para onde.
E por isso, mesmo que corra dez horas por dia, continua no mesmo lugar.
Você está alimentando a ilusão da produtividade — e chamando isso de trabalho.
Organizar papéis, responder mensagens, abrir planilhas, arrumar a agenda, ler notificações…
Tudo isso parece produtivo.
Mas não é.
É a forma mais sofisticada de procrastinação:
aquela que se disfarça de eficiência.
Você não está ocupado com o que precisa ser feito.
Está apenas fugindo do que realmente importa.
E no fim do dia, sua mente está cansada. Mas seu trabalho continua inacabado.
Você se sente exaurido — e culpado.
Porque sabe, no fundo, que perdeu tempo. De novo.
Sua atenção foi diluída em mil distrações — e com ela, foi embora sua autoridade.
Sabe por que sua equipe não confia totalmente em você?
Porque você está sempre ocupado, mas nunca presente.
Eles falam com você — e você responde sem olhar.
Eles pedem orientação — e você joga uma resposta rápida, sem pensar.
Eles erram — e você se irrita. Mas nunca parou para ouvir. Para escutar de verdade.
Sua equipe não precisa de um gerente que responde rápido. Precisa de um gestor que saiba ouvir, escolher e decidir.
E isso exige foco.
Presença.
Clareza.
Coisas que você não tem enquanto estiver refém das notificações.
Você diz que não tem tempo. Mas o tempo que você tinha foi gasto com o desnecessário.
Toda vez que você abre o celular no meio de uma tarefa importante…
Toda vez que para uma reunião para ver um e-mail irrelevante…
Toda vez que interrompe seu raciocínio para responder uma pergunta que não precisava de resposta imediata…
…você não está apenas se distraindo.
Você está atacando sua própria liderança.
Porque o gestor que não domina a própria atenção jamais dominará uma equipe.
A pergunta final não é “como melhorar a produtividade”. É: “o que você vai parar de fazer agora?”
Você não precisa de um novo aplicativo de tarefas.
Nem de uma planilha mais moderna.
Nem de mais um curso de produtividade.
Você precisa de silêncio.
De intenção.
De presença.
Precisa fazer uma escolha:
manter a mente ocupada com tudo — ou finalmente ocupá-la com o que importa.
Se quiser sair do caos, comece por aqui:
Escolha três coisas. Só três.
E as faça com tanta presença, que o mundo ao redor desapareça.
Essa é a liderança real: a que começa com foco.
Todo o resto é só agitação disfarçada.
Atenciosamente,
Tenório